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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Magia, conto e aprendizagens: o saber das crianças

Olha a cara do vovô... Aprender a contar histórias para crianças utilizando predominantemente o recurso de saber olhar nos olhos e de se sentir encantado com o olhar da criança. Antes mesmo de utilizar recursos secundários como marionetes e livros.

Falar e olhar, olhar e ouvir, olhares que se comunicam entreolhares. Ou seja, há uma linguagem própria e que só existe no entrelugar dos olhares. Foi essa magia que acadêmicos de Pedagogia, do primeiro semestre de 2009, me fizeram reaprender com as crianças colaboradoras durante a disciplina "Literatura Escolar para as Séries Iniciais".

Solicitei que fossem “a campo” munidos com recursos do olhar, da memória do conto e da vontade de aprender com a criança, sua corporeidade, seus movimentos, suas inquietações, suas perguntas; fossem ali observando e anotando tudo o quanto pudessem reter desse momento único para repensar conosco mais tarde. Primeiro nos atos e processos de escrita. Para facilitar deveriam, com o consentimento da criança, dos pais ou professores, capturar imagens desse holos pedagógico e depois compor todo o vivido em um relatório. Olhares etnográficos que registram a respiração, o movimento das mãos, o desvio do olhar...

O que as crianças recontam? O que lhes chamou a atenção? Como elas dialogam com o mediador? Enfim, perguntas que respeitassem o sagrado dessa relação e seus desdobramentos encantadores. Hipnose das aprendências que asseguram sujeitos autores, inventivos, descobridores e solidários. O olhar é solidário. O olhar é sagrado. O olhar se torna mais humano a partir do entrelugar.

A apresentação abaixo fez parte das mediações que ocorreram durante mini-curso "Contos, oralidade, leitura e escrita: a magia do faz-de-conta ressignificando aprendizagens", que desenvolvi com os participantes da V Semana de Pedagogia, durante dois dias do mês de setembro de 2009.


A Magia das Aprendizagens





Algumas imagens utilizadas estavam disponíveis na internet, outras foram capturadas em uma viagem que fiz ao Paraná, em setembro de 2009, passagens que representam a temporária despedida de meu irmão querido, e outras mais felizes retratam momentos de sala de aula do Curso de Pedagogia e de ações pedagógicas da Escola Bosque.

Essas figuras foram criadas pelos participantes do mini-curso: qual é a cara do teu monstro? Ela dá medo? Penso que depois do mini-curso deixaram de estampar, o medo foi reelaborado... Parece simples.


- Afastar nossos fantasmas? Não, percebê-los que no fundo são frutos da imaginação.


- Que monstrinhos mais simpáticos, você não acha?